COMO TUDO COMEÇOU.

BÊNÇÃO DIVINA

Currais Novos, RN 2007 este ano marca o início de um projeto meticuloso que visa torná-lo sede dos jogos Olímpicos.
 O primeiro passo foi dado atravésda XV versão dos Jogos Pan-Americanos,organizado na cidade do Rio de Janeiro, pelo Comitê Olímpico Brasileiro – COB e entidades parceiras.

O Pan 2007 também marcou o início da primeira versão dos jogos Para-americanos, que reuniu estrelas do Para-atletismo nas Américas. O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, ressaltou a importância do Brasil na elaboração dos primeiros jogos, reconhecendo a potencialidade do país o Para-atletismo mundial.

Estas informações possivelmente passariam desatentas para a potiguar Maria do Socorro dos Santos, no ano de 2003. Na época, Maria estava vivendo, segundo ela, “a melhor fase de
 sua vida” como estagiária de educação de trânsito nos semáforos da grande Natal. Além de orientadora, Socorro estava prestes a alcançar o sonho de ser atriz, pois havia eliminado 43 candidatas que concorriam a duas vagas como antagonista da peça Auto de Natal, dirigida pelo diretor global Moacir de Góes. Para Socorro, não existia, naquele momento, mais nada para se questionar, quanto à existência da palavra felicidade.

Os sonhos traçados por Socorro, transcorriam como escritos por Deus, e no dia 23 de dezembro de 2003, sua estréia na peça, marcaria a estréia de sua carreira como atriz. No entanto, algo precisou ser reescrito e três dias antes da primeira página de sua nova vida ser editada, quis o autor mudar o enredo de última hora.


Socorro e seu filho saiam de sua residência, quando um veículo, guiado por um vereador da cidade de Rio do Fogo, perdeu o controle no trânsito e atingiu seu corpo e seus sonhos. As causas do acidente, segundo as autoridades policiais, foi o estado de embriagues do
 ocupante do veículo. Socorro, teve sua perna direita prensada num poste de iluminação publica, dilacerando parte dela e iniciando
 uma trajetória de dor. Naquele momento seu mundo foi abaixo.

Fase difícil

O acidente literalmente mudou os rumos de Maria do Socorro, a potiguar quase se perdeu nos corredores do hospital onde passou internada por dois meses.

A felicidade deu ciclo a uma fase difícil, onde a angustia substituiu a felicidade e Maria se viu cercada pela dor. Seu caso era de amputação, mas ela contrariou a decisão dos médicos e lutou para permanecer com sua perna, o resultado foi uma serie de cirurgias complicadas que incluiu reconstituição óssea e um esforço árduo para superar as lágrimas e a
 depressão que seguiram após o trauma. Mesmo sabendo que sua perna ficaria inutilizada, Socorro enfrentou o desafio de continuar com ela.

Nos bastidores, a família apoiava as decisões de Socorro e lutava por justiça contra a inconseqüência do vereador que colidiu com o futuro da jovem atriz.

Passada a fase hospitalar, veio à nova realidade, tudo parou na vida, os objetivos precisaram se revistos, e entre as visitas ao médico, e ao advogado, se passaram praticamente dois anos. Segundo Socorro, ela vem enfrentando a falta de ajuda do vereador
, que deveria auxiliá-la na aquisição dos medicamentos que amenizam as dores.
 Estes medicamentos são caros e suprem parte da arrecadação familiar.
Esta sensação de abandono das vitimas de acidentes, pelos responsáveis pelo ato, causam conseqüências emocionais maiores do que as conseqüências físicas há um abalo que mexe com a estima e interfere até mesmo na recuperação, diz Socorro.

A Superação e o esporte

Em 2006 sua vontade de superar a recente deficiência voltou a fazer a diferença, no mês de fevereiro, Maria do Socorro contatou a Sociedade Amigos dos Deficientes do Rio Grande do Norte (Sadef), e buscou uma mudança através do esporte. Com o apoio dos para-atletas, Maria redescobriu seu lugar e iniciou sua trajetória como atleta.


Após uma analise dos técnicos, foi inserida na modalidade de halterofilismo feminino e atualmente vem se destacando na categoria até 67kg. Como atleta, os desafios não diminuíram e a luta contra as barreiras que emperram os para-atletas brasileiros teve inicio. A maior delas vem sendo a falta de patrocínio.



Em novembro de 2006, Socorro com o apoio da CLAN, uma distribuidora de leite pasteurizado do Rio Grande do Norte, conseguiu embarcar para Minas Gerais, onde conquistou a medalha de prata na pré-seletiva para o Para-Pan-americano do Rio. A competição foi disputada em Uberlândia-MG. A atleta elogiou a ação da empresa, afirmando ter sido bastante positiva a sua iniciativa para auxiliar na viagem.

Treinada por Carlos Willian, a para-halterofilista ainda disputará mais duas pré-seletivas antes do Pan e vem desenvolvendo um esforço sobre humano para conseguir seu novo objetivo, dar para o Brasil a medalha de ouro na sua categoria e subir ao pódio para ouvir o hino nacional brasileiro.

“As dificuldades são grandes quanto à falta de patrocínio, bem maiores para quem é para-atleta, mas acredito que estarei lá, tenho fé e estou me preparando para isso”. Afirmou Socorro.

Quanto ao futuro, a revelação do para-halterofilismo nordestino, vem trabalhando como promotora de festas infantis, de onde retira renda para bancar os treinos e sua família. Ao conceder entrevista a reportagem, a atleta que estava de férias na cidade de Currais Novos, enfatizou que adora crianças e criticou duramente o uso de drogas 
pelos jovens.

“Eu sou um exemplo, e tenho consciência disto, queria que muitos se espelhassem por mim, reclamamos de coisas até banais, mas devíamos parar e valorizar quem somos e o que podemos fazer, nem sempre a solução mais fácil ou o modelo da onda, são os 
caminhos a serem seguidos”, reafirmou Socorro.

Hoje passaram-se 6 anos e sou medalha de ouro no Brasileiro de Halterofilismo ,já ganhei 3 ouros e agradeço muito a Deus e a todos que estiveram do meu lado,piano peças em currais novos e a divulgação do site  CN Agitos e  da Sids TV acabo.


J.César

Redação AES/Redação CNagitos*